domingo, 19 de setembro de 2010

NAPOLEÃO BONAPARTE





Nasci na cidade de Ajaccio, em uma das mais belas ilhas mediterrâneas, a Córsega, em 1769. Esse foi um ano triste, pois foi o ano em que a minha ilha foi conquistada pela França. Meu pai, Carlo Bonaparte, aliou-se aos franceses e ocupou altos postos administração local. Graças à ajuda do governador francês da Córsega, meu pai me inscreveu quando eu tinha dez anos na escola militar de Brienne, na Champanha.
Foi em Brienne que comecei minha luta por um pouco de paz. Hum! Como aqueles garotos da escola ousavam pronunciar o meu nome com acento corso, o que soa como "Napolioné" Na-paille-au-nez ( palha no nariz) Mas pelo menos nem todos me viam como um intruso corso. Foi bom ouvir do meu professor que achava que eu era "uma rocha de granito aquecida por um vulcão”. Como eu batalhei para nas horas dos recreios conseguir construir no pátio da escola minha pequena cabana com folhagens para que não me atrapalhassem nos meus estudos que mais tarde descobriria que me seriam de grande valia para minha próspera carreira. Mas foi na Escola Militar Real de Paris que, estudando com o matemático Monge, minha habilidade com a matemática ficou mais conhecida.
Foi assim, em meio aos intensos exercícios de matemática, que me deixei embriagar pela leitura sobre a conquista da cidade santa pelos cruzados, narrada por Tasso no livro “Jerusalém Libertada”. Fui experimentando então "as primeiras emoções da glória", como assegurei ao conde de Las Cases, o meu memorialista (Memorial de Santa Helena).
Nada escapava à minha grande curiosidade. Além da minha paixão pela matemática, história e geografia, devorei Voltaire, Rousseau, D'Alembert, Mably e o padre Raynal. Com a mesma vontade li e reli os clássicos antigos, especialmente aqueles cujas linhas eram preenchidas pelas mãos de Plutarco e de Tito Lívio. Também fez parte do meu crescimento o meu grande amor pelo teatro francês encenado por Racine, Corneille e Molière.
 Após sair da Escola Militar, eu me juntei ao corpo de artilharia, uma espécie de elite intelectual do exército, cujo nível educacional era bem melhor. O meu sangue menos azul e aguado do que o da alta nobreza que dominava o exército francês me fez destacar. Uma das coisas que me lembro bem desse tempo de escola foi o meu protesto que expus em forma de projeto. Definitivamente, combati com a ajuda do papel e da pena para acabar com o maior dos inimigos de um grande militar, o exagero de criados e de luxo que cercavam os alunos tornando-os, ao meu ver, fracos e alvos fáceis aos sofrimentos das guerras que futuramente haveríamos de comandar.
Sofrimentos... Sofrimentos das guerras não são difíceis para mim. O mais difícil são as batalhas que travo comigo mesmo todo os dias. Depois da morte de meu pai a batalha só aumentou. Eu, com apenas dezesseis anos, eis-me oficial! Mas tendo de cuidar de minha mãe que ficou sozinha para cuidar dos meus irmãos José, Luciano, Carolina, Paulina, Elisa, Luís e Jerônimo com apenas aquele soldo do exército... Isso é o que chamo de grande carga, de um grande passo.
Ah, a revolução! Quando veio a Revolução Francesa, em 1789, a recebi com entusiasmo.
Em 1793, a Inglaterra ocupou a Córsega e minha família foi exilada para o porto francês de Toulon. Essa cidade rendeu-se a uma esquadra inglesa, mas eu tive a sorte de ter meu plano de contra-ataque, recusado inúmeras vezes, finalmente aprovado pelo governo francês da época. Toulon foi reconquistada por mim, o capitão-canhão, como haviam me apelidado, e graças a esse grande evento, minha vida mudou, tornei-me general-de-artilharia.
Em 1794 fui preso por causa de minhas conexões políticas, mas logo fui solto, após breves cinco dias, quando o governo da Convenção caiu e o Diretório, muito menos radical, entrou em seu lugar. Quando houve uma rebelião contra o novo governo em Paris, o general comandante das forças leais ao Diretório, Barras, chamou-me para comandar a artilharia do governo. A rebelião foi derrotada e, como recompensa, fui promovido a major-general

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